Expiação

Ontem vi o filme Expiação, de Joe Wright, e sobre ele tenho algumas dissertações a fazer.
Em primeiro lugar, confesso que tinha ganho algumas expectativas em relação ao filme, devido aos elogios que lhe foram destinados por parte de alguns amigos meus. Ora, depois de ter visto a fita, tenho a dizer que essas expectativas não foram preenchidas em grande medida, longe disso!
Devo confessar que a meio do filme estava já tão entediado, que só me apetecia dar um saltinho para ver o Cloverfield, esse sim não deve provocar uma dose de sonolência, muito pelo contrário. Claro que desertar estava fora de hipôtese, pois tinha prometido companhia à minha colega do blog.
Segunda hipotese que me passou pela cabeça... reclamar na bilheteira a devolução do dinheiro gasto no bilhete! Espera aí... eu não paguei o bilhete! Foi me oferecido pela colega do Blog (Ufa, ao menos isso! E claro... um beijo grande, pela tua gentileza!), resumindo, não tinha grande escapatória.
Pronto, como estava sem saída, vi o filme até aos créditos finais.

Por outro lado, aqui a colega viveu cada minuto do filme intensamente! Apesar de isto não me surpreeder totalmente, não deixou de ser um espanto ver o seu olhar atento a cada palavra, a cada suspiro, a cada lágrima! E tanta lágrima que saiu do filme, e já agora, da minha colega! Ora eu estava bem sequinho, como uma posta de bacalhau.

Tanta crítica deve-se a quê? Perguntam vocês.
Ora bem, começo pelo príncipio do filme. E espantem-se... até que me agradou!
A tensão inicial do filme até foi bem concebida, reconheço a inteligência de Wright em recorrer a múltiplos níveis de leitura e pontos de vista de um mesmo acontecimento. Mas os elogios ficam-se, em grande parte, por aqui.
Isto porque a segunda parte da narrativa é lastimável. A inurmidade de cenas introduzidas no filme para descrever o sofrimento de cada uma personagens principais é cansativa, para não falar de um exibicionismo histerico por parte do realizador em mostrar como domina técnicamente cada plano. Dou como um exemplo simples a cena da praia, que tem tanto de bela como de inadequada à história. Por essa altura parecia que tinha saltado para outro filme, talvez o Resgate do Soldado Ryan.

E aquela frase do "come back to me"? Porra... já estava farto de a ouvir.
E aquele final? Bem... não o vou revelar, mas digo-vos uma coisa, preparem-se para chorar bastante porque é no mínimo tristonho, mas por outro lado, é tão manipulativo que até enjoa.
Resumindo e concluindo, o filme não passa do medianismo. Acredito que agrade à maioria das senhoras, mas a classe masculina, acredito que não se deixará levar facilmente.

Como não sou fã dos filmes de época assentes em códigos de melodrama clássico, também seria dificil ser convencido por este que aqui falo, mas mesmo assim fica aqui o meu testemunho dum filme que dificilmente recomendo.

Nota: Já agora parece-me um verdadeiro disparate a atribuição do Globo de Ouro a Expiação, para melhor filme dramático de 2007.